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Ritmo de crescimento da produção de SAF
desacelera
Produção de SAF em 2025
representa apenas 0,6% do consumo total de combustível de aviação
09/12/2025 -
14h25
(Da assessoria da IATA no Brasil)
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A IATA (Associação de Transporte Aéreo Internacional) divulgou novas
estimativas para a produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação).
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Divulgação - Boeing |
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SAF (combustível de aviação sustentável).
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Em 2025, a produção de SAF deve atingir
1,9 milhão de toneladas (Mt) (2,4 bilhões de litros), o dobro de 1 Mt
produzida em 2024. No entanto, em 2026, o crescimento da produção de SAF
deve desacelerar e chegar a 2,4 Mt.
A produção de SAF em 2025 representa apenas 0,6% do consumo total de
combustível de aviação, aumentando para 0,8% no ano seguinte. Aos níveis
atuais de preços, o valor agregado do SAF se traduz em um custo
adicional de US$ 3,6 bilhões em combustível para o setor em 2025.
A estimativa de produção de SAF de 1,9 Mt para 2025 é uma revisão para
baixo em relação às previsões anteriores da IATA, devido à falta de
apoio de políticas públicas para aproveitar plenamente as capacidades
instaladas de SAF. Os preços do SAF superam os do querosene fóssil por
uma taxa de dois, chegando a até cinco vezes mais em mercados com
mandatos obrigatórios.
Rentabilidade das empresas aéreas estabiliza
As empresas aéreas devem obter lucro líquido total combinado de US$ 41
bilhões em 2026 (acima dos US$ 39,5 bilhões em 2025). Embora isso
represente um novo recorde, a margem de lucro líquido deve permanecer
inalterada em relação a 2025, em 3,9%. O lucro líquido por passageiro
transportado deve ser de US$ 7,90 (abaixo do pico de US$ 8,50 em 2023 e
inalterado em relação a 2025).
O lucro operacional de 2026 deve ser de US$ 72,8 bilhões (acima dos US$
67 bilhões em 2025), com margem operacional líquida de 6,9% (acima dos
6,6% esperados para 2025).
O retorno sobre o capital investido (ROIC) deve ser de 6,8% (inalterado
em relação a 2025). Apesar da redução do endividamento e da melhoria da
rentabilidade operacional, o ROIC deve permanecer abaixo do custo médio
ponderado de capital (WACC), estimado em 8,2% em 2026.
A receita total do setor deve atingir US$ 1,053 trilhão em 2026 (aumento
de 4,5% em relação à receita de US$ 1,008 trilhão esperada em 2025).
As taxas de ocupação devem continuar batendo recordes, com as empresas
aéreas prevendo atingir 83,8% de ocupação dos assentos ao longo de 2026.
O número de passageiros deve atingir 5,2 bilhões em 2026 (aumento de
4,4% em relação a 2025).
Os volumes de carga devem atingir 71,6 milhões de toneladas (aumento de
2,4% em relação a 2025).
Gargalos na cadeia de suprimentos aeroespacial
Embora as entregas de novas aeronaves tenham começado a ganhar ritmo no
fim de 2025 e a produção deva acelerar em 2026, a demanda deve superar a
disponibilidade de aeronaves e motores. A normalização do descompasso
estrutural entre as necessidades das companhias aéreas e a capacidade de
produção é improvável antes de 2031–2034, em razão das perdas
irreversíveis nas entregas ao longo dos últimos cinco anos e de um nível
recorde da carteira de encomendas.
Entre os pontos de destaque da situação atual estão:
As lacunas nas entregas somam agora pelo menos 5.300 aeronaves.
A carteira de pedidos ultrapassou 17.000 aeronaves, número equivalente a
quase 60% da frota ativa. Historicamente, essa proporção se mantinha
estável em torno de 30% a 40%. Esse volume de pedidos equivale a quase
12 anos da capacidade atual de produção.
A idade média da frota aumentou para 15,1 anos (12,8 anos para a frota
de passageiros, 19,6 anos para aeronaves cargueiras e 14,5 anos para a
frota de wide-bodies).
As aeronaves fora de serviço (por todos os motivos) superam 5.000
unidades, um dos níveis mais altos da história, apesar da severa
escassez de aeronaves novas.
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