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Segunda aeronave de Santos-Dumont completa 100 anos de vôo em novembro
Batizada como Demoiselle, aeroplano fez história e hoje é lembrado em projeto do Instituto Arruda Botelho

14/11/2007
(Da assessoria do IAB) -
No dia 16 de novembro de 2007, a aviação mundial voltará seus olhos para o passado.  Um século antes, no ano de 1907, o segundo e melhor avião criado por Alberto Santos-Dumont ganhava os céus da cidade de Bagatelle, na França. A aeronave, batizada pelos expectadores presentes de Demoiselle, marcaria a história da aviação mundial com um vôo de 200 metros.

 

Rodrigo Zanette - 11/08/2007 

  AVIAÇÃOPAULISTA.COM
 

Uma das réplicas do Demoiselle, 2° avião de Santos Dumont, construído pelo Instituto Arruda Botelho, exposto na Labace, em Congonhas.
 

Construída em apenas 15 dias, a pequena aeronave tinha estrutura de bambu revestida com seda e um motor de 20hp de potência. Pesando singelos 56kg, o Demoiselle tinha 8 metros de comprimento, 5 metros de envergadura e uma hélice de madeira de 1,35m de diâmetro. Seu sistema de comando foi o primeiro em que o piloto voava sentado na aeronave com trajetória determinada por um manche e dois pedais.

A delicadeza do protótipo, mais elegante que o pesado “14 bis”, serviu de norte para a aviação mundial que se desenvolveria com força nos anos seguintes.  Era este o objetivo de Santos-Dumont, que colocou à disposição a patente da invenção do aeroplano. Tal atitude permitiu a construção de mais de 200 Demoiselles em várias partes do mundo e a publicação do projeto na revista norte-americana “Popular Mechanics”.

Graças a essa veiculação, 100 anos mais tarde o Instituto Arruda Botelho (IAB), sediado em São Paulo pôde produzir novamente a mais eficiente aeronave inventada por um dos maiores gênios da aviação mundial. Com o apoio de alunos do Senai, do professor de engenharia Fernando Catalano, da Universidade de São Paulo, e do construtor Alvarino Nunes Paulo, cinco réplicas do aeroplano foram fabricadas, dando origem ao Projeto Centenário Demoiselle.

Desde 2006, as aeronaves têm participado de exposições e vôos comemorativos no Brasil e no exterior.  Entre as ações, a exibição no Sinclair Community College e o vôo histórico simultâneo de réplicas do Flyer B, dos Irmãos Wright, e do Demoiselle, em Dayton (Ohio/EUA), e a exposição no Smithsonian Air & Space Museum, um dos maiores conglomerados científico-culturais dos Estados Unidos, todos no ano passado.

Em 2007, um século depois de voar pela primeira vez em Paris, o Demoiselle voltou aos céus da França, no aeródromo de Saint Cyr e durante o festival aéreo de La Ferté-Alais, além de ter participado com sucesso do 47º Paris Air Show, em Le Bourget. No Brasil, Canoas (RS), Rio de Janeiro (RJ), Nova Lima (MG) e São Paulo (SP) já receberam a aeronave em exposições e vôos. A apresentação mais recente aconteceu em meados de outubro na capital paulista, com exposição de uma réplica no Aeroporto de Congonhas e vôo durante o famoso Domingo Aéreo, em comemoração à Semana da Asa e ao Dia do Aviador.

No mês comemorativo aos 100 anos do primeiro vôo, uma réplica do Demoiselle volta à capital carioca para a exposição “Demoiselle – Centenário do Vôo da Libélula”, que será realizada no Museu Aeroespacial do Rio de Janeiro. Na ocasião, uma das aeronaves do Instituto ficará exposta e realizará vôos durante o evento.

“Nossa intenção ao realizar este projeto é valorizar e mostrar a genialidade e a figura humana de Alberto Santos Dumont, que abriu mão de qualquer direito e da fortuna que poderia ganhar em prol de seu sonho de interligar continentes e aproximar os povos uns dos outros. Queremos que os brasileiros tenham orgulho deste herói que, infelizmente, ainda não possui o reconhecimento que merece. Em resumo, encaramos a missão de mostrar que todo o progresso conquistado pela aeronáutica no último século teve seus alicerces erguidos no empenho e na dedicação deste gênio”, ressalta Fernando de Arruda Botelho, presidente do Instituto Arruda Botelho.

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